Rosa para meninas e azul para meninos: uma breve história sobre as cores

19/07/2022

Confira a história dessas duas cores que figuram entre as mais comentadas quando o assunto é decoração para ambientes infantis.


Na imagem da esquerda, Barão d’Holbach retratado por Louis Carmontelle vestindo trajes de cor rosa. À esquerda, Menino Jesus na pintura veste um vestido também rosa.

Dá para acreditar que o rosa já foi considerado uma cor essencialmente masculina?   Para adicionar mais pimenta a essa história, você precisa saber que o azul já foi  a cor mais usada pelas meninas.

Até o século passado, a escolha de tons era invertida por uma questão muito simples: rosa era a cor masculina porque se assemelhava muito ao sangue.  O fluido corporal de tom vibrante passava a ideia de força, por isso a cor era associada ao universo masculino.

Em contrapartida, o azul e toda sua delicadeza celestial era asssociado ao universo feminino. Curioso, não?

No fundo, diferenciar meninos e meninas por dois tons  distintos parte de uma premissa muito conhecida: a construção social. Por isso, vale darmos um pulinho até o passado e entendermos como chegamos até aqui.

ROSA PARA MENINAS, AZUL PARA MENINOS: A POLARIZAÇÃO DESTES TONS ATRAVÉS DOS TEMPOS


Pink and Blue Project: JeongMee Yoon

Em um  trecho do livro Percepção Cromática Urbana, de Fernanda Moceri,   a autora fala da cor  como uma essência, um fenômeno natural, fisiológico, psíquico e um acontecimento social. Ao ser emitida pelo espectro solar e legitimada pelo ser humano, ela vai ao encontro tanto da psique individual de cada ser como da convivência social que dita muito do que se pensa, sente e vive. Isso colabora para uma construção cultural complexa, rebelde de qualquer universalização e de qualquer categorização, envolvendo muitos e complexos dilemas.

Dessa forma, falar da cor como influenciadora da moda, tendência e design é falar de um fato que engloba em si aspectos natural, físico, fisiológico, cultural, econômico, psicológico e social. Nesse sentido, discorrer sobre cor exige, muitas vezes, percorrer alguns caminhos traçados pela História tanto das cores como do vestuário e da decoração.

Além de todos esses aspectos, a sociedade tem um papel importante, pois ela, com suas verdades e crenças, colabora e legitima à medida que dá suas definições e seus sentidos, constrói suas verdades, seus códigos e seus valores, gera suas aplicações e práticas ao uso de determinadas tonalidades.

AZUL E ROSA: UMA QUESTÃO DE HISTÓRIA


Menino vestindo rosa e menina vestindo azul. Depois a realidade se inverte.

Segundo Eva Heller, autora do livro A Psicologia das Cores, a moda destinada ao público infantil, no início do século XX, ganhou cores que se tornaram acessíveis às mais diversas camadas sociais, teve seus valores alterados. Um dos motivos foi não ser mais necessário nem ferver, nem alvejar os tecidos para ficarem limpos. Com isso, o Ocidente viu surgir um conceito nunca antes visto: rosa passou a ser a cor destinada ao sexo feminino, ao passo que azul-claro a cor mais adequada ao sexo masculino. 

AS CORES E A MODA PARA BEBÊS E CRIANÇAS


Exército usa calças vermelhas- imagem divulgação

E foi só com a moda colorida para os bebês que o rosa se tornou uma cor feminina. Para essa transformação existem duas causas: quando todos os vermelhos desapareceram dos uniformes militares, após a Primeira Guerra Mundial, o vermelho desapareceu também da moda masculina civil- e com isso também passou a parecer ilógico usar a cor de rosa para meninos. Nessa época se produziu uma verdadeira revolução na moda: a chamada “moda reformista” liberou as mulheres dos corpetes e criou uma moda específica para as crianças. Antes os meninos vestiam cópias em miniatura dos trajes dos adultos. 

Agora, tanto meninos quanto meninas passariam a vestir roupas confortáveis e os vestidos de marinheiro- tingidos com um índigo artificial, a nova tinta, a melhor de todas. Dos trajes de marinheiro se derivou, com uma lógica quase forçosa, o fato de que o azul-claro, ou azul em geral, se convertesse em uma cor de meninos. Como cor tradicionalmente contrária, o rosa passou a ser então a cor das meninas.

POR QUE VESTIDOS BRANCOS PARA MENINOS E MENINAS?


Paulo Kowalsky (1985) - Reprodução
Nas imagens acima, tanto meninos quanto meninas vestiam vestidos brancos.

De acordo com Jo Paoletti, autora do livro Pink and Blue: Telling the Boys from the Girls in America (Rosa e Azul: Distinguindo Meninos de Meninas nos Estados Unidos), crianças do século passado eram vestidas quase que exclusivamente de branco e vestiam vestidos independente de seu sexo. Vestidos são mais fáceis de vestir e facilitam a troca de fraldas, enquanto a cor branca  das vestimentas eram facilmente alvejadas.

A chegada da ultrassonografia aos hospitais e clínicas também contribuiu para a polarização do azul e do rosa. Ao saber o sexo dos bebês, as famílias passaram a sentir-se motivadas a montar o enxoval da criança baseada nas cores. Logo, roupinhas, jogos de cama e quartos antes brancos ganharam novas possibilidades.

CORES PARA QUARTOS DE MENINA

ColourFutures 2022- Azuis e rosas agora são vistos em quartos de maneira menos óbvia, misturados com outros tons, trazendo ar divertido aos ambientes infantis.
Cores:
Melodia Suave, Creme Bruleé, Rosa Puccini, Terra do pantanal, Azul dos Andes, Geleira Infinita, Amêndoa Doce, Lima-Limão e Trevo Pálido.

Se tem tema na jogada, que tal uma pintura artística? Aqui a silhueta de prédios de uma metrópole confere um ar de mistério para o quarto dos maiorzinhos.
Cores: Canto do Azulão, Campo Nevado, Dourado Quente e Lápis Preto.
Produto: Coral Super lavável.
Imagem: Reprodução/ Tintas Coral.

As nuances presentes na moda e no design, por sua vez, se submetem a pulsações periódicas e a movimentos oscilantes, ou seja, a ciclos longos descontinuados por ciclos mais curtos. Assim, seus mecanismos possuem valores que se alteram de uma classe econômica para outra, de um período histórico para outro, de um meio social para outro, não tendo em si, a priori, durabilidade, estabilidade e conservação.

Com isso, essa relação entre “rosa para meninas e azul para meninos”, desde a virada do século XX para o XXI, não foi nem proibida e nem restrita a alguma camada social, mas sofreu algumas modificações.


Colourfutures 2022.
Cores: Lima-limão, Terra do Fogo, terra do Pantanal e Melodia Suave.

Hoje, ao adentrarmos os espaços de interiores destinados ao público feminino, esse rosa tão datado e marcado, muitas vezes, deixa de ser o protagonista ou a principal cor eleita e cede lugar para outras tonalidades que nem sempre são tão óbvias ampliando as possibilidades cromáticas para esses espaços.

A Coral tem a linha Super Lavável, uma tinta acrílica de alto desempenho que repele líquidos, facilita limpeza de manchas de chocolate, ketchup, lápis, caneta hidrográfica entre outros.  Não tem cheiro e tem o acabamento incrível! 

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